Disco é parte de um projeto transmídia que une peças audiovisuais à música e conta com as participações especiais de Rodrigo Brandão, Brian Jackson e João Donato
Resultado de um projeto híbrido, que funde imagem, som e realidade aumentada, o álbum TRAGO, chega às plataformas de streaming e ao Sesc Digital, pelo Selo Sesc, no dia 28 de junho. TRAGO é uma expressão que nasceu da união das iniciais dos quatro artistas multimidiáticos da cidade de São Paulo, Tulipa Ruiz, Rica Amabis, Alexandre Orion e Gustavo Ruiz.
O disco apresenta oito canções inéditas, fruto de um processo criativo de apenas três meses. Tulipa encontrou potencial nos sons dos vídeos que gravava pela cidade e compartilhava em suas redes sociais, quando tocados em loop. Rica Amabis converteu esses loops em programações e samples, enquanto Orion adicionou beats da sua MPC e Gustavo gravou baixos e guitarras. Com as bases prontas, Tulipa criou as melodias e letras utilizando desenhos do seu acervo pessoal como inspiração para cada música dando vida a personagens que antes estavam guardados, transformando-os em “desenhos musicados”.
“Para mim o Trago é um processo de tecelagem que faço com meus amigos artesãos da imagem e do som”, descreve Tulipa Ruiz.
Três das oito faixas do álbum foram lançadas como singles, sendo “Porvir”, a primeira delas. A música chegou em fevereiro deste ano, acompanhada de um videoclipe já disponível no canal do youtube da banda. “Sou eu que vou trabalhar”, canção que revela a dura poesia do cotidiano urbano através dos olhos atentos de uma trabalhadora, foi inspirada na música “Bonde de São Januário”, de Wilson Batista, consagrada na voz de Ataulfo Alves. E “Dolores Prestes A Levitar”, que fala de uma pessoa etérea, que de tão liberta, começa a voar. Dolores, a personagem da música, é uma mulher livre e sem amarras. O título da canção veio de um desenho de Tulipa e a letra é livremente inspirada na manchete de jornal do padre que voou com balões há 16 anos, no estado do Paraná.
Canções como “Sisudo, Parrudo e Elegante”, “Chorume” e “Espiritualizaderrima” foram originalmente produzidas para o projeto Palavras Cruzadas, iniciativa idealizada por Marcio Debellian em 2012, que uniu músicos, poetas e artistas visuais para performances inéditas. “Trago é um encontro entre artistas multimídia que se admiram”, diz Gustavo Ruiz.
Outro destaque do repertório é “Fumante padrão”, que ganhou a participação luxuosa de João Donato no piano elétrico. A faixa foi gravada no estúdio do ícone da MPB, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em 2017. Enquanto Brian Jackson, flautista e produtor norte-americano, foi convidado para gravar os teclados da música “Trago”, que dá nome e batiza o álbum por meio da prosa e da voz de Rodrigo Brandão que entrega um rap caudaloso em que cada verso: “Vamos avaliar o estrago que extrapola até tragédia grega. Aí agrega, vamo junto, e no final eu não naufrago. É isso que propago, é isso que desejo. Até o último beijo, até o último trago.”
“Ter a participação de Brian Jackson e Rodrigo Brandão na faixa homônima é uma grande realização “, comenta Rica Amabis.
O projeto também inclui o lançamento do CD físico, que apresentará uma capa com recurso de realidade aumentada, em breve disponível nas lojas Sesc.
TRACKLIST
01- Porvir
02- Espiritualizaderrima
03- Dolores Prestes a Levitar
04- Sisudo, Parrudo e Elegante
05- Chorume
06- Fumante Padrão
07- Sou Eu Que Vou Trabalhar
08- Trago
FICHA TÉCNICA
Produção Musical e Direção Artística TRAGO
Produção Executiva Camila Miranda
Coordenação de Produção Twyla Hase
Gravado nos estúdios Brocal, Temática e Instituto, entre os anos de 2015 e 2023
Mixado por Fernando Sanches, exceto Chorume, mixado por Scotty Hard
Masterizado por Felipe Tichauer
Ilustrações Tulipa Ruiz
Frames de vídeos de Tulipa Ruiz refotografados por Alexandre Orion
Fotos Ivan Shupikov
Projeto Gráfico Alexandre Amaral e Nirtu
Beleza Cleiton Santos
SOBRE INTEGRANTES TRAGO
Tulipa Ruiz
Vencedora do Grammy Latino, Tulipa Ruiz é cantautora e ilustradora. A artista tem músicas incluídas em filmes, novelas e games e costuma se apresentar em teatros e festivais do mundo todo, como Rock in Rio e Montreux Jazz Festival. Seu trabalho, além de receber o acolhimento do público, é respeitado pela crítica especializada e se destaca em publicações importantes, como os jornais britânicos The Guardian e Independent. Uma de suas primeiras músicas, “Efêmera”, foi trilha sonora do game FIFA e uma das mais recentes, “Banho”, foi gravada por Elza Soares. Como artista gráfica colaborou com o jornal Le Monde Diplomatique Brasil, ilustra livros infantis e com sua marca Brocal faz parte do time de estilistas que integra a Casa de Criadores, maior evento de moda autoral da América Latina. Atualmente a artista está em turnê com seu recém-lançado álbum, Habilidades Extraordinárias, indicado ao Grammy Latino em 2023 na categoria Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa.
Alexandre Orion
Um dos mais relevantes nomes da arte contemporânea brasileira e um dos pioneiros da streetart mundial, com murais e exposições em todos os continentes e obras nas coleções de instituições como Pinacoteca, MAD Museum, Centrum Beeldende Kunst de Rotterdam, Foundation Cartier, Fundação Padre Anchieta, Itaú Cultural, Deutsche Bank, Spencer Museum of Art e muitas outras. Sua atividade artística teve início em 1992, sob influência da cultura urbana, o artista combinava seu trabalho visual à carreira como percussionista. Desde então, seu trabalho flerta com a música, sendo como diretor artístico do show Ainda Há Tempo do artista Criolo ou nas diversas parcerias com o Selo Instituto em que se destaca o vídeo Ossário com mais de 1,5 milhões de visualizações. Seu trabalho figura em livros de arte das principais editoras internacionais e está presente também em livros didáticos aprovados pelo MEC e utilizados em salas de aula do ensino público e privado por todo o país.
Gustavo Ruiz
Grammy Latino por duas vezes, responsável pela produção de “Dancê” de Tulipa Ruiz (2015) e “Índigo Borboleta Anil” de Liniker (2022), começou sua carreira musical no final dos anos 90 tocando com Itamar Assumpção. Como instrumentista, colaborou com DonaZica, Trash Pour 4, Mariana Aydar, Pochete Set, Junio Barreto, Banda Glória, Vanessa da Mata, entre outros. Recentemente, produziu discos de Maurício Pereira, Igor de Carvalho, Porcas Borboletas, além de outros artistas. Assina a produção de Habilidades Extraordinárias, mais recente trabalho de Tulipa Ruiz indicado ao Grammy Latino (2023) na categoria Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa.
Rica Amabis
Compositor e produtor musical. Lançou seu primeiro disco, “Sambadelic” em 1998, integrou o coletivo “Instituto” e fez parte dos projetos “3 na massa” e “Sonantes”. Produziu faixas para Nação Zumbi, Otto, Sabotage, Tulipa Ruiz, Karol com K, Ana Canãs, Céu entre outros. Compositor de mais de 30 trilhas sonoras de longas-metragens e 20 séries para HBO, Netflix e Globo.
João Donato
Nascido em 1934 em Rio Branco, Acre, foi um dos mais importantes músicos e compositores brasileiros, notável pela sua contribuição à bossa nova e ao jazz. Ao longo de sua carreira, destacou-se como pianista, arranjador e compositor, colaborando com artistas como Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Faleceu em 2023, aos 88 anos, deixando um legado musical que o consagra no panteão da MPB ao lado de Tom Jobim e outros ícones do gênero. Pelo Selo Sesc, já gravou os álbuns “Donato Elétrico” (2016) e o “Sessões Selo Sesc #7: João Donato + Projeto Coisa Fina” (2020), além de contribuir com diversas participações como arranjador e intérprete em álbuns da gravadora.
Brian Jackson
Tecladista. Flautista e compositor nascido e criado em Nova York, cravou seu nome nos anais da história enquanto diretor musical do poeta e crooner Gil Scott-Heron. Juntos, gravaram nove discos. Também trabalhou com Kool & The Gang, Airto Moreira, George Benson e Roy Ayers.
Rodrigo Brandão
Artista brasileiro conhecido por sua profundidade lírica e conexões entre o imaginário urbano e a ancestralidade africana. Com mais de duas décadas de carreira, ele se destacou como MC em projetos como Mamelo Sound System e Zulumbi, colaborando com artistas como Del The Funky Homosapien e Tony Allen. Em 2016, alcançou reconhecimento internacional com o grupo “BROOKZILL!” (Selo Sesc, 2016) e seu segundo disco solo, “Outros Espaço”, lançado pelo Selo Sesc em 2021, em que explora o spoken word com direção musical de Marshall Allen, em parceria com a Sun Ra Arkestra.