Para diretor escolar, estratégias com programas educacionais e atividades que promovam o bem-estar são algumas ações para proporcionar apoio
De acordo com levantamento realizado pela Folha de S. Paulo, com dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) dos SUS de 2013 a 2023, os registros de ansiedade em crianças e adolescentes superaram os de adultos pela primeira vez no Brasil. Conforme a pesquisa, a taxa de transtornos de ansiedade entre 10 anos e 14 anos é de 125,8 a cada 100 mil. Já entre adolescentes fica em 157 a cada 100 mil, superando os adultos que representam 112,5 a cada 100 mil.
Esse aumento da ansiedade, que acarreta em estresse contínuo, pode ser atribuído a diversos fatores, como preocupação com o futuro, uso excessivo de redes sociais e problemas de identidade. As escolas, enquanto instituições fundamentais na formação dos indivíduos, têm papel crucial na identificação, prevenção e gestão do estresse entre os estudantes, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento emocional e mental saudável.
Segundo Marco Antonio Xavier, diretor do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, algumas estratégias para auxiliar os adolescentes neste quesito podem ser adotadas pela escola para apoiar durante este processo: “Programas de educação socioemocional é uma medida eficaz, ensinando os alunos a reconhecer, compreender e gerenciar suas emoções. Esses programas ajudam a desenvolver habilidades como resiliência, empatia e autoconhecimento, fundamentais para encarar desafios cotidianos”.
O diretor pontua que outro método importante é a inclusão de atividades que promovam o bem-estar físico e mental, com a implementação de esportes, artes e práticas de mindfulness na rotina. Tais atividades não só auxiliam na redução do estresse, mas também fomentam a socialização e a criação de laços entre os estudantes, proporcionando uma rede de apoio mútuo.
“Junto a isso, um desenvolvimento de um currículo equilibrado, que valorize tanto o desempenho acadêmico quanto o bem-estar dos alunos, é essencial para criar um ambiente educacional saudável. A capacitação de professores e colaboradores também tornam-se peça chave nesta gestão, com treinamentos e técnicas que permitem que os educadores identifiquem sinais precoces e intervenham da maneira adequada”, complementa Marco.
Por outro lado, o envolvimento dos pais e responsáveis no processo educacional é mais um fator primordial, conforme o especialista. Para Marco, estabelecer uma comunicação aberta e constante entre escola e família pode ajudar a reconhecer possíveis problemas de ansiedade e construir um suporte integral, incentivando os pais a apoiarem os filhos e colaborarem com um ambiente acolhedor.
“As escolas têm papel de transformação na vida dos jovens nos mais diversos aspectos, sobretudo na promoção do bem-estar mental. Com essas estratégias, é possível criar um ambiente escolar mais equilibrado e seguro, auxiliando os alunos a gerenciar o estresse de maneira mais eficaz e preparando-os para um futuro mais saudável e promissor”, finaliza o diretor.