Por Ildo Simões
A memória consumida pela melhor idade, não está permitindo lembrar se já contei esta história, pelo que pesso ou será peço?, a paciência de lerem de novo. Um colega com especialidade sórdida, impositiva, germânica, autoritária, obrigou-me a fazer exercícios diários e se possível na orla, pelo ambiente acolhedor, e lá vou eu todos dias, depois de pegar dois ônibus e os adolescentes ocuparem os lugares dos idosos, e ainda debocharem: – Ei tio, cê tá cum tudo inriba. Aguenta este tranco de andar em pé em buzu!
Desço a 1oo metros da orla, livro-me de algumas motos que fazem questão de andar na contramão e sobre a calçada, por fim chego ao que imaginava ser meu ponto de sossego. Vestido de bermudão, uma touca de plástico pra evitar o sol inclemente e começo a fazer as minhas flexões, aquele exercício que mal e porcamente imita uma relação sexual dos tempos de antanho, por que hoje para enfrentar uma lua de mel com todos os preceitos da Kamasutra é necessário pelo menos um semestre de academia.
Estou lá odiando meu geriatra, mas fazendo mal e porcamente o exercício e claro, soltando alguns grunhidos , pelo esforço que a gente faz, quando sou interrompido por um gaiato saído de algum bar 24 horas, e solta a bomba:
-Tio pode parar! De hoje que a mulé já se mandou!!
Vou dizer pro meu geriatra que pode levar seus pais na igrejinha do bairro que eu os caso pra ele não continuar F.D.P.
Arre égua!!