Search
Close this search box.
  • Envelhescência
  • Ribalta
    • Música
    • Teatro
    • Circo
    • Dança
  • Saia de Casa
    • Agenda
    • Calendário
  • Palavras
    • Literatura
    • História e Patrimônio
    • Educação
    • Balbúrdia
  • Tela
    • Audiovisual
    • Artes Visuais
    • Decoração
  • Banquete
    • Comida
    • Bebida
  • Atitude
    • Beleza
    • Moda
    • Comportamento
  • Vitalidade
    • Saúde
    • Bem Estar
Menu
  • Envelhescência
  • Ribalta
    • Música
    • Teatro
    • Circo
    • Dança
  • Saia de Casa
    • Agenda
    • Calendário
  • Palavras
    • Literatura
    • História e Patrimônio
    • Educação
    • Balbúrdia
  • Tela
    • Audiovisual
    • Artes Visuais
    • Decoração
  • Banquete
    • Comida
    • Bebida
  • Atitude
    • Beleza
    • Moda
    • Comportamento
  • Vitalidade
    • Saúde
    • Bem Estar
Search
Close this search box.
Facebook Instagram

Iemanjá: o mar mãe da Bahia

  • Calendário, Principal, Saia de Casa, Sub-Editoria Saia de Casa
  • 2024-02-01
  • Sem comentários
  • 4 minutos de leitura

Por Marlon Marcos

A Cidade da Bahia, como também é chamada a cidade do São Salvador, é quase uma ilha e possui um vasto litoral que a torna um dos lugares mais atraentes deste nosso país tropical. Temos a Baía de Todos os Santos, e ali ( aqui), tudo se amplia em beleza, mistério e fundamentos de indígenas, africanos e portugueses, que tomam conta do nosso imaginário e a gente se reveste na fé nas Águas quando o protagonismo africano na história desta cidade consolida narrativas míticas que expressam a orixá de origem iorubana, Yemoja, mais conhecida como Iemanjá, o mar mãe desta terra de gente praieira.

Iemanjá possui vários mitos que dizem que Ela é a mãe de grande parte dos orixás e é a Senhora criadora da vida e detentora de todas as águas, não só as salgadas como costumamos pensar. Em África, precisamente na região dos egbás, Ela é cultuada no Rio Ogum, a guerreira ninfa daquelas águas doces correndo para o mar, lugar destino e domínio maior de Olokun, o senhor dos oceanos, uma espécie de pai ancestral desta força Iemanjá, que também é a Iyá Ogum, mãe da guerra.

No Brasil, Iemanjá é a força soberana dos nossos oceanos, mas também habita os rios. Ela é água criadora e refresca as cabeças e cuida da saúde mental dos seres humanos. Iyá Ori, mãe das cabeças, evocada durante os rituais de Bori em cerimônias de muita fineza, delicadeza e silêncio, que servem para fortalecer as cabeças de quem pratica alguma das chamadas religiões de matrizes africanas. Aquela que evita a loucura e dança a favor da serenidade, mesmo que marulhando através dos seus tsunamis.

Em Salvador, seu dia maior é o 2 de fevereiro. Dia de louvar nossas águas marítimas, ofertar presentes à vaidosa divindade, dançar e cantar para Ela. Um dia de festa popular inclinada a revisitar tradições deixadas por civilizações africanas que aqui chegaram e que sempre trataram as águas como divindade e força primordial que origina Vida. A água-fêmea formuladora de todas as existências que pulsam como viventes.

O 2 de fevereiro nasceu, como deveria ser, de uma investida de pescadores na região do Rio Vermelho, que desesperados com a escassez de suas pescas, recorreram à “forca que mora n’água” para ter um resultado melhor. Depois do presente arriado, lá nos idos de 1923, e com o pedido atendido, este dia ficou instituído como o Dia de Louvor à Mãe Negra dos Oceanos, a orixá Iemanjá.

É muito complexo entender a profundidade deste evento festivo e os motivos históricos que tornaram Iemanjá o orixá mais conhecido e festejado no Brasil por pessoas de vários credos e até de gente sem nenhuma religião. Houve um embranquecimento da imagem desta orixá, e muitas de suas características originais foram perdidas e substituídas por caracteres divinos associados à Nossa Senhora, mãe do Cristo Jesus.

A Umbanda popularizou a imagem de uma mulher branca, de cabelos negros, longos, lisos, flutuando sobre águas e derramando pétalas de rosas das mãos, exprimindo doçura, maternalidade e placidez. Mas, a imagem real desta mulher, é a de uma negra, cabelos crespos, seios volumosos e linda! Belicosa, a que luta ao lado de Exu e Ogum, e domina seu lar, governa seus instantes entre calmarias e fúrias como as águas maiores do seu domínio: os mares.

Talvez, por conta do racismo, se Iemanjá fosse difundida em sua imagética original, esta popularidade fosse menor. Talvez. O importante é que esta energia negra se funde a várias imagens e prevalece como força afro-brasileira entre nós. É uma orixá que chama o mundo para louvá-la no mar do Rio Vermelho.

As Iaras indígenas também estão ali. Outras Iyabás, como Oxum, Nanã, Ewá, chegam nas águas de Iemanjá que definem as forças femininas que comandam a natureza. Oyá também vai ali. E todos os seres encantados que reverenciam esta inquantificável potência, elemento natural, chamado de mar, que é a própria Iemanjá – mãe de todos os baianos.

Uma voz de iyalorixá cantando: “ Orixá do mar, orixá ê/ Eu vou ver onde Ela está, orixá ê/ Eu vou ver Mãe Iemanjá, orixá ê/”, as águas balançando entre tantas expectativas e sentimentos, o sol forte acordando a nossa condição de humanos e pedintes e a esperança trilhando o horizonte de quem crê nos mistérios marítimos desta experiência ultra baiana.

Eu desenho fragmentos de um Oriki (poema sagrado) que dedico à minha Rainha Maior, e rezo por mim e pelo mundo nesse dia difuso que abriga a minha religião candomblé. Um Oriki trânsito, Transnação, passeando pelo congo-angola entre Koketu e Kaiala, pelo jeje de Aziri Tobossi, pelo ketu de Yemoja… E escrevo assim:

“ Deusa acima de qualquer religião

Um ser eu mesmo que me nina

E eu nunca estou sozinho.

Um ser eu que me anima

E me encanta no colorido do seu canto

Trazendo-me azul turquesa

Para sua sonorização

Mãe Senhora Menina

Música celeste saída das águas

Entrada infalível para o meu consolo”

(Iyá Ogunté, Marlon Marcos)

Iemanjá sustenta-se-nos no âmago da Baía de Todos os Santos e depois se navega pelas culturas espraiadas pelo mundo onde qualquer água chega. Odô Iyá!

Marlon Marcos é poeta, antropólogo, historiador, jornalista, professor da Unilab-Malês, é o Ebomi Adê Okún, do Unzó Tumbenci ( Lauro de Freitas) e filho dileto de Iemanjá.

Gostou do conteúdo?
Compartilhe:

PrevAnteriorAfoxé Filhas de Gandhy revela o tema para o Carnaval 2024
PróximoBote para tocar a playlist com as canções para YemanjáNext
Picture of Iven

Iven

Postagens Recentes

Confira a programação semanal dos Museus do IPACentre os dias 10 a 15 de setembro

11 de setembro de 2024

Projeto Paradiso lança nova edição da Incubadora Paradiso para longas-metragens de ficção

11 de setembro de 2024

Boulevard Camaçari recebe evento de gastronomia com chefs Solange Borges e Aline Guedes

11 de setembro de 2024

É Primavera no Palco do Cruzeiro

11 de setembro de 2024
Ver mais

Jornalista que gosta muito do que faz e que quer dar espaço para quem quer mudar o mundo para melhor.

Icon-facebook Instagram

Postagens Recentes

Lego Experience chega à Lauro de Freitas para entreter a criançada 

Protagonizado por Othon Bastos e Emílio Orciollo, ‘O voo do anjo’ estreia em Outubro

Quem aí acredita que alienígenas visitam o planeta terra? 

Conheça Doris e Equipe

Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
  • Política e Privacidade
  • Contato
[gtranslate]