Por Morgana Montalvão
Vagner Lara, mais conhecido por ‘Vavá’, participante do reality Big Brother Brasil 14, atualmente é um peregrino e busca, através das caminhadas que realiza pelo mundo afora, uma maneira de ser grato à vida e evoluir espiritualmente. Este ano, ele completa a 11ª Peregrinação de Páscoa e comemora 20 anos da sua primeira caminhada. Para celebrar esse momento e também tirar dúvidas de futuros peregrinos, Vavá decidiu fazer um documentário e um livro contando a experiência que adquiriu em todos esses anos de caminhada pelo mundo.
Lara irá transmitir ao vivo sua peregrinação de Páscoa pelo canal do YouTube. Vão ser sete dias de caminhada com entradas ao vivo durante o dia e lives durante a noite mostrando todos os perrengues e as glórias do dia. A Peregrinação de Páscoa rumo à Aparecida do Norte começa no dia 24 (Domingo de Ramos) e a chegada acontece no dia 30 de março (Sábado de Aleluia).
Para financiar essa empreitada, ele decidiu fazer uma rifa virtual de duas festas no Buffet Super Peralta, em São Paulo, estabelecimento de festas infantis de sua propriedade, no valor de R$ 5.000 reais cada, uma para o ganhador e a outra para uma Organização Não Governamental (Ong) ou instituição infantil que o sorteado escolher. A rifa está sendo vendida pelo link: https://acesse.dev/5EOLzou pelo telefone: (11) 3451-3451.
Em um bate papo exclusivo concedido ao site Doris Pinheiro, o ex-BBB conta sobre o que o motivou a começar às peregrinações, acontecimentos marcantes durantes esses anos de caminhada e como essas andanças o ajudaram a ter uma nova visão da vida. Na conversa, Vavá também discorre o atual formato do reality show mais famoso do Brasil, com a participação de famosos e anônimos.
Morgana Montalvão: Conte um pouco sobre a sua história e o que te motivou a fazer a sua primeira peregrinação em 2004.
Wagner Lara: Bom, eu comecei as minhas peregrinações em seis de setembro de 2004, morava na Europa, eu ganhei um livro chamado: Diário de um Mago, do Paulo Coelho. Esse livro e a história se passa pelo caminho de Santiago de Compostela (cidade espanhola onde está localizada a Catedral de Santiago, lugar que abriga a tumba de São Tiago, apóstolo de Cristo). E eu morava ali próximo. Eu estava em Lisboa e era bem próximo de tudo aquilo que estava acontecendo no livro. Eu estava curioso perdido no mundo e quis ver como seria viver essa experiência. Foi algo indescritível, foram 32 dias incríveis em setembro de 2004. Realmente foi dali em diante que minha vida mudou.
MM: O que te move todos os anos a fazer peregrinação?
WL: O que me move todos os anos fazer a peregrinação? Eu acho que é a fé, o desafio de caminhar e de entregar-se por inteiro. Eu uso as peregrinações como gratidão na verdade, né? Eu faço elas para agradecer. Esse é o meu momento em comunhão com o poder superior. É o que eu acredito em Deus como eu o entendo. Eu aguardo esse momento [ de peregrinação] com ansiedade é muito bom. Mas além de ser a fé que me move, é também o meu desafio pessoal, de chegar e ir até o final e de acreditar. Isso é muito legal.
MM: Você acredita que o ato de fazer a peregrinação ajuda a evoluir espiritualmente e auxilia a conseguir a qualquer coisa que se deseja?
WL: Sem dúvida alguma. Fazer uma peregrinação ajuda a evoluir espiritualmente. Mas além disso, ajuda a evoluir o seu interior, as suas observações, sobre o mundo, a sua perspectiva da vida e a forma como você lida com as pessoas. Você volta muito mais sensível e muito mais observador. Caminhar faz muito bem.
MM: Há diferença entre o caminhar na rota de Santiago de Compostela na Europa e em Aparecida no Brasil?
WL: Ah, claro! Santiago de Compostela é uma peregrinação incrível, ela ganhou uma estrutura ao longo de séculos, né? É secular, diversas pessoas importantes na história da humanidade passaram por esse caminho. Ir até o túmulo de São Tiago (um dos apóstolos de Cristo), fazer essa essa passagem e a peregrinação na Espanha tem uma história muito forte e totalmente diferente de Aparecida. Em Aparecida eu faço pela Dutra ( Rodovia Presidente Dutra que liga Rio de Janeiro a São Paulo), eu saio pela rodovia caminhando é uma peregrinação mais difícil essa de Aparecida, mas puxada. É para ‘raçudos’. Há o Caminho da Fé ( inspirado Caminho de Santiago de Compostela foi idealizado e desenvolvido para dar estrutura às pessoas que sempre fizeram peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, oferecendo-lhes os necessários pontos de apoio, infraestrutura e principalmente informações). Mas é bem mais recente.
MM: Qual o conselho que você dá para quem quer começar a peregrinar pela primeira vez?
WL: Eu acho que o conselho que eu dou para quem quer começar a peregrinar é vontade porque o caminho começa na decisão de fazê-lo. Então, a partir da hora que você fala ‘eu vou caminhar eu vou fazer uma peregrinação’, ali começou o caminho e tem todo um trajeto até o primeiro passo dado lá aonde você se propõe a caminhar. Então assim, muitas pessoas acham que tem que fazer academia e estar super bem. Isso é muito importante, mas não basta. Trabalhar o psicológico é vital. É a cabeça que leva a gente até lá, o corpo vai indo no embalo, é um conjunto de coisas, né? Mas o mais importante é o querer. O desejo é o primeiro passo.
MM: Qual foi a maior dificuldade que você já passou durante todos esses anos realizando peregrinação? Qual o momento mais emocionante?
WL: Foram tantos quilômetros, já que, algumas dificuldades, deixam de ser dificuldades (sic) e fazem parte do desafio daquilo que você se propõe a fazer. Não passei por dificuldades não, eu já saí sabendo o que eu iria encontrar: bolhas nos pés, montanhas e cansaço e às vezes falta de atenção de uma outra coisa, mas isso faz parte de todo o contexto. Eu nunca passei dificuldades em nada mesmo tendo feito o caminho de Santiago de Compostela em 2021, os 1000 km que eu fiz. Dormi numa barraca. Eu poderia ter sentido algum tipo de dificuldade, mas para mim foi incrível, porque eu desejei fazer ele daquele jeito. Agora, lidar com pessoas é complicado. Digo que a maior dificuldade foi algumas pessoas terem achado que eu era um mendigo. Mas isso é da pessoa, né? E eu seguia o meu caminho e não ia ver mais então eu não tinha nem o quê discutir com aquilo. Vivi momentos emocionantes também em Jerusalém. Por a mão na pedra onde o corpo de Cristo ficou no dia 11 de novembro de 2011, isso para mim foi um dos momentos mais emocionantes nessas minhas histórias de viagens e peregrinações. Existem momentos incríveis e um dos mais emocionantes está chegando que é o encontro nas pirâmides do Egito esse pra mim vem pra fechar com chave de ouro.
MM: Como estão as produções do livro e do documentário? Quando serão lançados?
WL: De todo esse conjunto de histórias que eu vivi durante esses 20 anos, eu estou reduzindo a um documentário e acredito que seja 40 minutos ainda não tenho certeza disso, mas vai ser um documentário que vai contar passo a passo o que aconteceu e as evoluções as dificuldades e as tristezas de tudo que aconteceu nesses 20 anos. A princípio, vai subir em alguma plataforma de streaming aberto e público. Eu vou fazer dessa história um livro ilustrado com fotos de tudo que aconteceu também, porém o livro ele vem um pouco mais com fábulas, com histórias. O livro vai ser um projeto um pouco mais elaborado, eu acredito que o documentário esteja pronto já em junho.
Creio que o livro seja lançado em setembro, quando faço 20 anos de peregrinação.
MM: Por que escolheu a rifa para custear esse projeto?
WL:Eu escolhi a rifa para custear o projeto porque fazer uma vaquinha online e só pedir dar sem nada em troca, eu acho muito vago. Então para eu rifar alguma coisa que fosse importante e que desse o engajamento, que tivesse uma contrapartida social, o que que eu fiz? Eu resolvi presentear do meu buffet, eu mesmo patrocinando pelo meu buffet. Sendo dez mil reais em serviços: cinco mil reais para quem ganhou e os outro cinco para uma ONG ou instituição que essa pessoa que ganhou indicar desde que a instituição seja direcionada ao público infantil e atenda a cidade de São Paulo. Qualquer pessoa do país ou de qualquer canto do mundo pode participar dessa rifa, quem ganhar o prêmio e não for da cidade onde o meu buffet atende, pode vender ou negociar como achar melhor a parte do prêmio dela, não esquecendo de presentear com a outra parte uma instituição. A rifa foi uma ideia de eu conseguir o valor do meu projeto porque não é barato construir um documentário e produzir. Custa bastante e a única forma que eu encontrei agora é com a cara e a coragem e as ferramentas que eu tenho foi de criar essa rifa e fazer ela ajudar no projeto.
MM: Como foi participar do reality show mais famoso do país?
WL: Participar do Big Brother Brasil foi incrível, a realização de um sonho. Foi o que eu sempre busquei naquele até aquele momento, eu busquei ser famoso. Claro que o prêmio era uma consequência. Mas o que eu queria era viver naquela experiência e foi inacreditável, eu estive dentro da casa, participei das provas, vivi minha história no Big Brother Brasil.
MM: Qual o ônus e o bônus de ter participado da “casa mais vigiada do Brasil”? Acredita que o rótulo de “ex-bbb” é algo pejorativo?
WL: Tudo tem ônus e bônus, né? Eu acho que abriu muitas portas, fecharam outras portas também. Em alguns momentos, eu ganhei dinheiro, em outros momentos eu perdi. Então assim, a partir da hora que você vira uma pessoa pública, você também passa a receber uma carga tão negativa de coisas que isso te afeta também, então, na mesma velocidade que vem coisas positivas, vem coisas negativas e isso é muito ruim, né? Mas faz parte você entrar num lugar desse já sabendo isso. Eu busquei isso, então é assumir e viver da melhor forma. Sobre o rótulo: eu vou sempre levá-lo comigo. Isso é uma chancela que nós ganhamos quando se participa do programa e isso tá na nossa história. Isso faz parte, eu estou imortalizado na história, porque eu participei do Big Brother. Isso é muito legal. Eu não me incomodo que algumas pessoas acham. Participei e foi bem bacana, é bem concorrido. Deu certo, funcionou só não ganhei, mas participei. Eu adoro.
MM: Na sua opinião, como avalia o programa agora com o elenco de ‘pipoca x camarote’? Essa modalidade de competição retirou a essência do programa?
WL: Esse programa como em todo ano nesse momento tá pegando fogo, né? É complicado dar a nossa opinião, porque a cada ano é uma história diferente, esse ano o negócio tá bem complicadinho ali dentro, né? Eu não sou a favor de pipoca e camarote, eu sou a favor do Big Brother raiz, onde todos os participantes saem do anonimato. Mas essa é a minha opinião. Sobre essa edição, caramba, tem muita coisa acontecendo, dá até medo de falar porque hoje as pessoas estão te atacando demais. Eu tenho algumas opiniões, mas eu prefiro mantê-las para mim. Vamos ver as cenas do próximo capítulo.





