Por Doris Pinheiro
A menopausa é uma fase desafiadora para a mulher, pois além dela lidar com mudanças biológicas e hormonais, passa por alterações de humor que impactam diretamente na sua saúde mental. A Plenapausa é a primeira femtech brasileira voltada para mulheres na menopausa, ofertando informações sobre o tema, teste online gratuito para as mulheres que desejam saber se estão na pré-menopausa, perimenopausa ou menopausa, além de uma linha de suplementos que ajudam as mulheres a conviverem melhor com os sintomas característicos desta fase. A femtech também promove lives com especialistas de diversas áreas da saúde para que suas usuárias possam esclarecer dúvidas e se sentir acolhidas.
Márcia Cunha
Fundadora e CEO da Plenapausa, Márcia Cunha é graduada em Economia e MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV. Sempre inserida no universo feminino, formou-se em Psicanálise pelo CEP SP, a fim de compreender ainda mais as mulheres. Ela é Business and Executive Coach formada pelo ICI, possui mais de 18 anos de experiência profissional e atuou em organizações nacionais e multinacionais de grande porte como Alcoa, Delphi, Vivo e Epay Worldwide. Ela concedeu uma entrevista especial ao dorispinheiro.com.br.
Doris Pinheiro – Qual a relação entre a menopausa e a saúde mental?
Márcia Cunha – A transição menopausal é responsável por uma série de mais de 30 sintomas relacionados a este período, onde 85% das mulheres são impactadas com pelo menos 5 deles ao longo dos anos, sendo eles sintomas físicos e emocionais. Isso se deve a queda dos hormônios sexuais femininos, característica desta fase. Aqui na Plenapausa temos o teste da menopausa disponível no nosso site, onde indicamos em qual fase da menopausa a mulher está e o nível de sintomas. Já avaliamos mais de 8500 mulheres durante o climatério|menopausa e 88% delas relatam alteração de humor e instabilidade emocional, estes números nos chamam atenção e estão diretamente ligados a nossa saúde mental.
DP – As usuárias da Plenapausa costumam pedir orientação sobre saúde mental? Costumam relatar problemas com isso?
MC – Sim, e foi através desta demanda que surgiram as rodas de conversa que promovemos mensalmente, para gerar suporte e acolhimento para que possam dividir experiências. Já participaram destes grupos mais de 2000 mulheres, que relatam suas experiências e se identificam umas com as outras, e isso serve de suporte para que busquem o melhor tratamento individualizado porque entendem que não estão sozinhas nesta jornada.
DP – Como a Plenapausa ajuda as mulheres que apresentam dificuldades em equilibrar a saúde mental e os sintomas da menopausa?
MC – Damos suporte através de rodas de conversas promovidas mensalmente, onde convidamos um profissional capacitado para conduzir um tema previamente proposto. Nesta oportunidade as mulheres podem relatar suas experiências e compartilhar com o grupo.
DP – Quais atividades são recomendadas para que a mulher 40+ consiga equilibrar a saúde mental com a menopausa, mantendo a qualidade de vida e bem-estar?
MC – Nesta fase, a maioria das mulheres passam por muitas mudanças, sejam elas físicas e mentais. Olhando principalmente para a saúde mental, é comum observar um isolamento da mulher nesta fase, seja pelo desconforto dos sintomas ou alterações vividas e sentidas pelo próprio corpo, então se adaptar a uma rotina com alimentação saudável, atividade física regular e atividades que promovam a inclusão social são muito importantes e estão diretamente relacionadas à saúde mental.
DP – Porque o tratamento preventivo é tão importante quando falamos de menopausa, visando evitar o agravo dos sintomas?
MC – Quanto antes iniciarmos um tratamento e, principalmente nos adaptarmos além do tratamento a uma rotina de comer bem, saudável e praticar atividade física regular garantimos uma qualidade de vida e bem-estar no futuro. No climatério, com a queda hormonal, algumas comorbidades que porventura temos a predisposição de evoluir, sem estes cuidados estamos ainda mais suscetíveis. Neste sentido, esta fase é uma janela de oportunidade para a qualidade de vida que buscamos. Pensando que vamos viver cada vez mais, podemos viver melhor.
DP – O mês de janeiro é dedicado a conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde mental e emocional. Você acredita que a Plenapausa contribui para a campanha e o debate? Como?
MC – Sim, claro, além de informar promovemos o acolhimento e escuta de mulheres que estão vivendo esta fase e se encontram muitas vezes sozinhas, 84% delas relatam sentir depressão ou ansiedade. Ainda por se tratar de uma fase cheia de tabu, e muito ligada ao envelhecer, muitas mulheres consideram o ambiente familiar muito hostil para tratar o tema, pois ali não são acolhidas neste sentido, e muitas buscam um grupo de apoio para que possam se fortalecer, a Plenapausa é para muitas este lugar.
Para mais informações – www.plenapausa.com.br