Na Sexta-feira Santa o aroma inconfundível do dendê, do leite de coco, do camarão seco e muitos outros ingredientes tão familiares para nós dança pelo ar, como uma sinfonia gastronômica que ecoa pelas gerações. É um convite para uma viagem no tempo, para aqueles dias de infância onde a magia da Páscoa se entrelaçava com os sabores marcantes da nossa terra. Enquanto aguardamos ansiosamente pelo almoço da Sexta-feira Santa, nossas mentes se enchem de lembranças: o vatapá que segue a mesma receita de mãe há gerações, a moqueca de arraia preparada com carinho pela avó, a receita de bacalhau de forno da tia, que nunca decepciona.
Cada aroma, cada sabor, é uma viagem no tempo, uma oportunidade de reviver momentos preciosos e reconectar-se com quem somos. E então chega o momento tão esperado, a mesa se enche de cores e aromas, o coração fica aquecido pela partilha de histórias. Cada prato, é uma celebração da nossa identidade, uma manifestação do nosso orgulho em sermos baianos. Compartilhamos mais do que simples refeições; compartilhamos amor, gratidão e uma profunda sensação de pertencimento. E enquanto nos deliciamos com as iguarias da Sexta-Feira Santa, nossas mentes já se voltam para o Domingo de Páscoa, ansiosas por mais uma festa gastronômica.
No amplo menu que nos aguarda, despidos do dendê mas repletos de novas delícias, encontramos o símbolo da renovação, da esperança e da abundância. No menu da Páscoa: bacalhau, macarronada, lasanha, chester, pernil suíno, arroz de forno, frango assado… são muitas opções, cada uma com seu próprio significado, seja qual for a escolha, na reflexão da Sexta-feira Santa, ou na comemoração de um novo tempo no Domingo de Páscoa, sabemos que sempre será uma manifestação de herança cultural, a maior riqueza da Bahia.