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EXCLUSIVO! Viver e trabalhar em Salvador no Séc. XVIII

  • História e Patrimônio, Palavras, Secundário 2, Sub-Editoria Palavras
  • 2024-08-09
  • Sem comentários
  • 5 minutos de leitura

Por Gina Marocci

O século XVIII é chamado pelo historiador britânico Charles Boxer de a idade de ouro do Brasil. A sua capital, Salvador, havia crescido muito, sendo o período, do final do século XVII à primeira metade do século XVIII, considerado como aquele do seu florescimento. Para Boxer, Salvador “[…] há muito ultrapassara a ‘Goa Dourada’ e tornara-se a segunda cidade do império português, tendo a sua frente, em população e importância, apenas Lisboa […]. Era a sede dos governadores-gerais e vice-reis, e, de 1675 para diante, do único arcebispado da América Portuguesa. Mostrara-se entreposto próspero de comércio com Portugal e a África do Norte, o principal porto baleeiro do Atlântico […].” É o período da descoberta do ouro e das jazidas de pedras preciosas, que promoveu a ocupação da Chapada Diamantina e dos sertões de Minas Gerais, Goiás e São Paulo.

Em meados do século XVIII, a cidade tinha cerca de 40 mil habitantes distribuídos em 9 freguesias: Sé, Conceição da Praia, Pilar, Carmo, Sant’Ana, S. Pedro e Rosário, consideradas freguesias urbanas; Brotas e Vitória, regiões mais afastadas consideradas suburbanas. Na cidade alta, ao Sul, a região fora dos muros, que abrangia São Bento e as áreas próximas às igrejas de São Pedro, Lapa, Piedade, Mercês e São Raimundo, era formada por largas ruas com muitas residências. Santo Antônio Além do Carmo, região fora dos muros ao Norte, já apresentava acréscimo de novas ruas e construções residenciais. Para além do vale do rio das Tripas, a Oeste, a Palma, a Saúde e o Desterro desenvolviam-se como áreas predominantemente residenciais. No trecho do frontispício de Salvador (entre a atual catedral e a praça Municipal), elaborado em 1758 pelo engenheiro militar José Antônio Caldas, vemos a presença marcante das igrejas da cidade alta, ladeadas por edificações residenciais de vários pavimentos. Na cidade baixa o destaque se dá pela densidade construtiva e as edificações de vários pavimentos, principalmente na linha dos cais, que eram de propriedade privada, além de dezenas de armazéns e trapiches.

Cópia em preto e branco de trecho do frontispício de José Antônio Caldas (1758).

A expansão da cidade fora dos muros se deu a partir da fixação das ordens religiosas católicas com suas igrejas e conventos. Assim, o caminho ao Mosteiro de São Bento se desenvolveu por uma rua bastante larga e nela moravam figuras importantes da sociedade baiana, entre as quais estava o intelectual Sebastião da Rocha Pitta, advogado, poeta e historiador baiano, fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo e membro da Academia Real da História Portugueza (ele é o patrono da cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras. De São Bento seguia-se até a igreja de São Pedro (atual Relógio de São Pedro) e, mais adiante, ao largo da Piedade, local escolhido pelos frades capuchinhos.

Trecho de mapa do século XVIII (CEAB/UFBA, 1998). Praça da Piedade no século XVIII.

As zonas de S. Bento e S. Pedro abrigaram grandes sobrados, propriedades dos grandes latifundiários e senhores de engenho que começaram a estabelecer residência na capital a fim de ficar mais próximos das instâncias de poder e dos homens de negócios, também chamados

de comerciantes ou mercadores. Eles ascenderam socialmente por conta da riqueza obtida em importação e exportação de mercadorias, nas quais contavam-se os escravos africanos, mas também pelo empréstimo de dinheiro aos senhores de engenho e outros grandes latifundiários. Apesar dessa troca comercial, os mercadores não eram bem aceitos pelos senhores de engenho, que se consideravam membros da nobreza portuguesa, fato que provocou embates entre os dois grupos sociais como a Guerra dos Mascates entre Recife e Olinda (1710).

A afinidade da Coroa com os homens de negócios, principalmente a partir do reinado de D. João V (1706-1750), demonstra que, para prosseguir com seus objetivos mercantilistas, ela precisou rever os laços de afinidade com determinados elementos-chave da sociedade colonial, o que possibilitou uma maior diversificação da elite brasileira. Os casamentos entre filhos de senhores de engenho e comerciantes abriram espaço para essa ascensão. Uma coisa esses senhores tinham em comum: a total dependência da mão de obra escrava, seja na lavoura, seja nas residências, ou nas dependências comerciais. Na cidade, os escravos faziam de tudo, das mais simples tarefas (e duras), como carregar mercadorias, até construir edificações de vários tipos, além de laborar como artífices em refinados trabalhos de marcenaria e outros. As mulheres eram auxiliadas pelas mucamas, que cuidavam da cozinha, das tarefas do lar e dos filhos das senhoras. Também as acompanhavam quando saíam de casa, e algumas eram vendedoras de quitutes variados, as escravas ganhadeiras.

H. Chamberlain, uma família brasileira. J. B. Debret, cena de uma viagem e cotidiano do lar.

Muitos comerciantes moravam na cidade baixa, na região próxima a igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Tinham seu ponto comercial próximo ou no pavimento térreo do sobrado, o qual poderia ter mais que o pavimento superior, geralmente chamado de andar nobre, o lugar da morada da família. Separar o local de trabalho do de convívio da família demonstrava prosperidade e bons negócios. No entanto, nem todos conseguiam construir belos sobrados de imediato, como os ricos senhores de engenho, negociantes e funcionários régios. Para a maioria, começava-se aos poucos, morando ao rés do chão, ou seja, em casas térreas, bem simples. Caso o proprietário fosse um artesão de pequenas posses, no vão de entrada ele teria sua oficina, e a casa, em vez de porta e janelas, teria apenas portas para receber os fregueses e guardar ferramentas e materiais. A família ocuparia os cômodos restantes: alcovas, sala e cozinha. Geralmente as casas tinham quintais com árvores frutíferas e espaço para criar galinhas.

Para exercer a profissão, os oficiais mecânicos (artífices) abriam lojas ou tendas com a licença da Câmara Municipal, que tinha os almotacés para fiscalizar os preços dos serviços prestados. Brancos, pardos e pretos, forros ou escravos, exerceram atividades como artífices na Bahia. Ao adquirir uma clientela consistente, tratava o proprietário de casa térrea de construir mais um pavimento, um sobrado, e transferir as atividades da família para ele a fim de separá-la do ambiente de trabalho. Pelas ruas do Pelourinho podemos encontrar as pequenas casas térreas ao lado de grandes sobrados de dois, três e até quatro pavimentos.

Casas ao rés do chão ao lado de sobrados no Pelourinho (Google maps).

REFERÊNCIAS

BOXER, C. R. A Idade de Ouro do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Faculdade de Arquitetura. Centro de Estudos da Arquitetura na Bahia. Evolução Física de Salvador: 1549 a 1800. Salvador: Pallotti, 1998.

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