Eu sou Moisés, Momó Souto, fui vocalista da banda Catapulta, que fez uma imenso sucesso aqui no Brasil na década de 90. Lançamos dois discos, fomos em Jô Soares, Serginho Groismam várias vezes, a gente era da mesma gravadora do Sepultura, mesmo empresário dos Raimundos, lançamos o primeiro disco por uma gravadora internacional holandesa, que é a mesma do Sepultura, que era a Records. Depois lançamos pelo selo de Elba Ramalho nosso segundo disco. Foi um sucesso também, a gente foi no Luciano Hulk várias vezes, a gente ficou no top 20 MTV em videoclipes. Temos quatro videoclipes lançados.
Foi um sucesso grandioso da década de 90, até 97, 98, e aí a banda acabou em 2002, mais ou menos e eu foquei muito na minha musicalidade, na publicidade. Eu trabalho com publicidade, eu tenho uma produtora de áudio, já tem 20 anos de mercado, a gente faz jingles. Fiz jingles e faço jingles famozérrimos, inclusive aquele da Bahia FM, o jingle “Tô Ligado”, da Bahia FM é meu. Muitos jingles para governos, prefeituras, enfim para o mercado publicitário, trilhas sonoras para filmes também, para cinema, filme publicitário.
Passei 20 anos dedicando minha vida à empresa e compondo mas nada que eu compunha me interessava muito para lançar. Durante a pandemia eu comecei a compor algumas coisas, foi um momento em que a gente ficava um pouco introspectivo, então eu comecei a me inspirar de novo pra ir para uma música um pouco diferente da que eu fazia. Eu fazia um rock pesado, mas sempre tive a musicalidade da música baiana de raiz mesmo. Quando eu falo raiz, vem lá da literatura de cordel, vem do Coco, da Embolada, do Repente, da essência da herança afro que a gente tem.
Então a gente vive e pulsa isso no dia-a-dia e isso tudo foi vindo junto com poesia que eu fui escrevendo e fui compondo alguma músicas. Eu vou lançar um álbum agora com oito músicas inéditas. Essa música que eu tinha feito, tentei lançar ano passado na Festa de Yemanjá, mas não deu tempo. Mas conseguimos fazer os arranjos, produzir uma música que eu compus em homenagem à Yemanja e a festa do Rio Vermelho, porque é uma festa muito bonita, a cara de Salvador. E ,aí resolvi fazer esse clip que Cavalcante, diretor do filme “Bahia Minha Vida”, de “Zeferina”, de “Sou Salvador”, um cineasta muito amigo meu, me deu este clip de presente, com essas imagens lindas que ele filmou durante 10 anos na Festa de Yemanjá. Eu fui presenteado com esse videoclipe, esta música maravilhosa que eu estou lançando, que eu estou gostando muito. A música está tocando muito, muita gente me mandando mensagens. Tocando muito neles essa emoção e eu acho massa isso, porque vivemos num mundo de música instantânea, de sucesso imediato, músicas que são feitas quase como meme hoje em dia para ter sucesso. Eu quero lançar um trabalho que seja mais duradouro, que seja autoral, que remeta à nossa ancestralidade, uma coisa mais verdadeira.